
Uma coisa que aprendi nesses anos de estrada que chamamos de
vida e não medir esforços para algo acontecer. O medo sempre virá, assim como
as dúvidas, as incertezas, são todos necessário para o aprendizado. Já pensaram
o quão perigoso seria uma vida sem medo? Ele é o nosso freio, é aquela força
que te diz: “Opa! Vamos com calma que não é bem assim!”. Mas o que realmente
importa é, sabendo de nossos limites, tentar realizar aquilo te faz (ou fará)
feliz. O quê os outros pensam... bem, deixe eles pensarem. É da natureza
humana.
Em Clube da Lua (“Luna
de Avellaneda”, 2004, Argentina), o passado, o presente e o futuro estão
vinculados ao sonho de Román (Ricardo Darín) em não fechar as portas do clube Avellaneda. Este não é apenas um espaço
de lazer e confraternização, mas também parte de sua história. Porém sua luta é
ainda mais árdua. Ele tem que brigar pelo clube e também por sua vida familiar.
Somos levados a pensar se os seus esforços representam uma fuga, como se as
felicidades do passado fossem voltar e por um fim ao presente conturbado.
O longa, dirigido por Juan José Campanella (“O Segredo dos
Seus Olhos”, “O Filho da Noiva” e “O Mesmo Amor, A Mesma Chuva”), é um retrato
do apego à tradição, ao passado. Como manter viva aquela vida de anos atrás?
Essa é a grande questão. Tentando respondê-la, Ramón Maldonado (Ricardo Darín) faz de tudo para reviver os
tempos áureos do clube. O medo que paira sobre os personagens é o da mudança e,
sem medir esforços, brigam para que ela nunca chegue. Mas o tempo passa. Agora
mesmo, o momento que escrevo é passado, em relação ao que você, leitor, lê.
Estou no passado, assim como a última frase, a última palavra, a última
vírgula.
O filme conta com uma constelação del cine argentino. Além de Ricardo Darín, temos as emocionantes
atuações de Eduardo Blanco (O Filho da Noiva), Valeria Bertucelli (Um Namorado
Para Minha Mulher), Mercedes Morán, Silvia Kutika e José Luis López Vazquez. Um
grupo que não perde o “compasso”.
Clube da Lua é uma
emocionante e, por vezes, cômica história sobre valores humanos e a não
aceitação da derrota. “Saímos” de la
película com a certeza de que somos derrotados, apenas quando deixamos de
sonhar.