terça-feira, 16 de outubro de 2012

O Sonho da Lua



Uma coisa que aprendi nesses anos de estrada que chamamos de vida e não medir esforços para algo acontecer. O medo sempre virá, assim como as dúvidas, as incertezas, são todos necessário para o aprendizado. Já pensaram o quão perigoso seria uma vida sem medo? Ele é o nosso freio, é aquela força que te diz: “Opa! Vamos com calma que não é bem assim!”. Mas o que realmente importa é, sabendo de nossos limites, tentar realizar aquilo te faz (ou fará) feliz. O quê os outros pensam... bem, deixe eles pensarem. É da natureza humana.


Em Clube da Lua (“Luna de Avellaneda”, 2004, Argentina), o passado, o presente e o futuro estão vinculados ao sonho de Román (Ricardo Darín) em não fechar as portas do clube Avellaneda. Este não é apenas um espaço de lazer e confraternização, mas também parte de sua história. Porém sua luta é ainda mais árdua. Ele tem que brigar pelo clube e também por sua vida familiar. Somos levados a pensar se os seus esforços representam uma fuga, como se as felicidades do passado fossem voltar e por um fim ao presente conturbado.


O longa, dirigido por Juan José Campanella (“O Segredo dos Seus Olhos”, “O Filho da Noiva” e “O Mesmo Amor, A Mesma Chuva”), é um retrato do apego à tradição, ao passado. Como manter viva aquela vida de anos atrás? Essa é a grande questão. Tentando respondê-la, Ramón Maldonado (Ricardo Darín) faz de tudo para reviver os tempos áureos do clube. O medo que paira sobre os personagens é o da mudança e, sem medir esforços, brigam para que ela nunca chegue. Mas o tempo passa. Agora mesmo, o momento que escrevo é passado, em relação ao que você, leitor, lê. Estou no passado, assim como a última frase, a última palavra, a última vírgula.



O filme conta com uma constelação del cine argentino. Além de Ricardo Darín, temos as emocionantes atuações de Eduardo Blanco (O Filho da Noiva), Valeria Bertucelli (Um Namorado Para Minha Mulher), Mercedes Morán, Silvia Kutika e José Luis López Vazquez. Um grupo que não perde o “compasso”.  


Clube da Lua é uma emocionante e, por vezes, cômica história sobre valores humanos e a não aceitação da derrota. “Saímos” de la película com a certeza de que somos derrotados, apenas quando deixamos de sonhar. 

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