terça-feira, 9 de outubro de 2012

Será Que Sua Mãe Vai Gostar Também?



A primeira vista, podemos cair no erro de pensar que se trata de mais um simples filme sobre uma juventude rebelde carregado de muito sexo, drogas e as esperadas punições que viriam disso. Uma história chocante com um final trágico, ao menos para refletirmos o desenvolvimento da nova geração. Todo esse pré-conceito é formado nos primeiros 30 minutos de E Sua Mãe Também (“Y Tú Mamá También”, México, 2001). Escrito pelos irmãos Cuarón, Carlos e Alfonso, que também dirige, o filme colecionou inúmeros prêmios e indicações internacionais como a indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Trata-se de é um espetacular road movie latino-americano.



Este que, segundo críticos e cinéfilos de todo o mundo, é um dos maiores filmes da cinematografia mexicana do século, conta a interessante história de Tenoch (Diego Luna) e Julio (Gael Garcia Bernal), dois amigos adolescentes. Tomados pela ebulição hormonal, típica da idade, seu único desejo é experimentar todo o prazer que a vida pode proporcionar a cada um deles. Numa festividade, conhecem Luisa (Maribel Verdú), uma mulher mais velha que os dois rapazes e esposa do primo de Tenoch. Os três rumam por uma jornada em busca da praia Boca del Cielo, sem saber como chegar ou se realmente existe.


As atuações dos atores Gael e Diego são impressionantes. Eles conseguiram dar vida aos personagens com suas imaturidades e deslumbramentos ao que é novo, comuns da adolescência. Outro ponto alto do longa, mérito de um excepcional roteiro, é a forma como as diferenças sociais são mostradas. De forma bem sutil, o espectador é apresentado, aos poucos, como um conta gotas, aos abusos de poder cometidos pela polícia, as peculiaridades do interior mexicano, as festas, as paisagens, enfim, uma grande injeção de cultura mexicana direta no globo ocular. Descobrimos o México da mesma forma que os personagens descobrem a si mesmos. 



Vemos, paulatinamente a descoberta e o desenvolvimento de suas sexualidades e de seus amadurecimentos contrabalanceados com a personagem de Luisa. Uma mulher experiente, que embarca na viagem para encontrar a sua felicidade. Ela é o grande diferencial que não deixa o filme cair no lugar comum.
  

Poderia ficar aqui comentando este filme por mais duas, três, quatro páginas de tão impressionante. Poderia falar da excelente fotografia, entre tantos outros detalhes. Mas acho melhor deixar você, caro leitor, se impressionar com esta película.
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