A música é um dos movimentos culturais de maior expressão conhecidos pelo homem. No Brasil não poderia ser diferente. Graças as suas dimensões continentais, nosso país consegue abranger praticamente todos os tipos de ritmos existentes. Alguns deles surgem como cararteristica marcante para cada região, como forró no Nordeste. O principal responsável por popularizar o "arrasta-pé" por ser Brasilzão a fora foi o grande Luiz Gonzaga.
Sei que muitas pessoas acreditam que não se pode falar mal de um morto. Isso nem entra em questão no filme Gonzaga - De Pai Pra Filho (Brasil, 2012), que conta a história do Rei do Baião, que abriu mão de seu filho para tocar, alegrar e encantar as pessoas com o seu forró arretado. O enredo principal se baseia todo na falta de convivência entre Gonzagão (Nivaldo Expedito de Carvalho) e Gonzaguinha (Júlio Andrade). Além de mostrar que essa complicada relação foi fundamentla para que o mais novo se tornasse um grande sucesso nos anos 80. Essa comovente e real história ainda tem a direção assinada por Breno Silveira, o mesmo de "Dois Filhos de Francisco".
Através de uma conversa de reconciliamento entre pai e filho, o longa se utiliza dos flash-backs para narrar a vida de Gonzaga. Algumas das cenas tem até mesmo uma voz ao fundo descrevendo os detalhes dos acontecimentos. Apesar de apoiar-se em um episódio pouco conhecido das vidas dos dois cantores de sucesso, o filme acaba indo muito para o lado sentimental e piegas, onde a tentativa de passar uma imagem de coitadinho e ingenuo é facilmente percebida, mesmo falando de acontecimentos ruins para a imagem do Rei do Baião.
A salvação da produção é que o jeito bronco, ignorante, atrapalhado e muitas vez carrancudo do personagem principal, proporciana cenas divertidas e até mesmo cômicas. Isso sem falar da trilha sonora, algo que dispensa qualquer tipo de comentários. Todas as grandes músicas do artista, como "Asa Branca" e "Vem Morena", são elementos indispensaveis. Gonzaga - De Pai Para Filho, apesar de ter alguns pontos negativos, é mais uma prova de que o Brasil está pronto para fazer longa-metragens tecnicamentes muito bons. E por fim, um pequena dica para a produção: esse filme devia ter sido lançado na semana do Dia dos Pais.
