Colegas (Brasil, 2012), filme de Marcelo Galvão, chega ao Festival do Rio com o prêmio de Melhor Filme conquistado no último Festival de Gramado. Ok... Isso não quer dizer muita coisa, né? Ultimamente, Gramado tem sido tão relevante quanto o Prêmio Contigo! E é sempre bom lembrar que até a Xuxa tem um Kikito.
A síndrome de down é um tema pouco explorado pelo cinema e o filme já ganha pontos só por abordar o assunto. A verdade é que Colegas surge em um momento muito específico da sociedade. O cinema (não só o nacional) busca se inovar com novos temas e abordagens inéditas ao mesmo tempo em que as minorias estão sendo cada vez mais vanglorizadas. Nunca se falou tanto sobre direitos humanos, gays, geeks, bullying (...) As minorias estão no holofote.
Claro que Colegas é um filme cheio de boas intenções, mas isso não basta. Incomoda muito o fato do filme parecer um receita de bolo. O diretor simplesmente juntou Síndrome de Down + doçura + fofura + piadinhas genéricas + referências cinematográficas e ... voilà! Os corações mais moles já estarão rendidos.
As melhores sequências do filme são exatamente seus momentos mais honestos. A cena de sexo é totalmente linda e incomum. É sempre bom lembrar que pessoas normais fazem sexo... Pessoas normais não andam por aí fantasiadas de gênio ou super herói.O longa de Marcelo Galvão põe muita fofura em sua abordagem sobre a Síndrome de Down e isso deixa seus personagens parecerem verdadeiros bichinhos de estimação. E eles não são bichinhos de estimação, são pessoas normais. Espero que futuramente outros filmes abordem esse assunto com um outro olhar. Até "Glee" foi infinitamente mais honesto e verdadeiro em sua abordagem sobre o tema. No fim das contas, Colegas é o filme das boas intenções. E só.
PS: A narração de Lima Duarte é bem chata.
