quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Só a Arte Salva


Com a intenção clara de misturar dois mundos, o do cinema e o das artes plásticas, a diretora Paula Trabulsi não esconde que contou com muita ajuda para trabalhar o roteiro de Astro, Uma Fábula Urbana em um Rio de Janeiro Mágico (Brasil, 2012), um filme que já começa errando na escolha do nome.



O longa conta a história da menina Astro, uma jovem sueca que vai ao Brasil para reaver os bens de sua mãe, recém-falecida. Ao chegar, a nórdica se depara com uma cultura completamente diferente e, aos poucos, vai se transformando. A história é narrada de forma leve, poética e um tanto infantil. Para reforçar o literário e "mágico" idealizado para o projeto, a direção decidiu separá-lo em capítulos, o que acabou servindo apenas para quebrar um ritmo já encontrado.


Não dá para entender o esforço revelado pela diretora para a evolução do roteiro. Isso porque o texto do filme é completamente banal. Há uma constante vontade de apresentar o que seria a "alma carioca", mas essa tentativa falha ao se apoiar pesado em jargões locais de culto à cidade e opções óbvias, projetando uma exaltação forçosa. A edição do filme também é irregular, abrigando cortes bastante contestáveis.



Por outro lado, a tentativa de fundir dois mundos teve um lado bom. Não sei se o filme vai conseguir aproximar mais as pessoas das galerias de arte (como pretendia a diretora), mas a influência desse aglomerado artístico deu ao longa o que ele tem de melhor. O trabalho conseguiu uma boa dinâmica fotográfica e um visual, quase sempre, bacana. Digamos que a poesia incutida no projeto funciona. No mais, as atuações são satisfatórias e a trilha sonora é... Simpática. 


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