quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Sabor do Sangue


Os laços de dinheiro e sangue são botados a prova em O Sabor do Dinheiro (“Do Nui Mat” 2012, Coreia do Sul). O novo filme do diretor Im Sang-Soo segue na mesma linha que seu antecessor mostrando luxo e o podre que isso leva. A fórmula já foi comprovada, mas nessa nova interação traz elementos que conseguem provar esse filme novo e ainda ligeiramente semelhante.



Como Don Vito Corleone já disse: “A família vem antes dos negócios”. Mas com essa família sul coreana é difícil saber o que é o que. Sexo e negócios se confundem enquanto uma casa segue controlando a lei e a cidade. As coisas só vão pras cucuias quando amor entra na jogada, então as falhas nessa estrutura começam a aparecer. A opção de mostrar as mazelas desses relacionamentos dessa vez ficou detrida a escolha de fazer um conto de máfia, intrigas e noir. Qualquer um que conhece a filmografia desses três elementos não vai ter nenhuma surpresa. Mas, ainda assim, é um passeio emocionante e até nostálgico.


A qualidade da história é acompanhada por todos os aspectos da produção. Visualmente um dos filmes mais bonitos desse festival, os ambientes conseguem evocar luxúria, opressão e morte. A mansão em si já é maravilhosa; as femmes fatalles, não importa a idade, fatalíssimas. O único parente dessa família que não está em todo seu esplendor é o roteiro, que poderia pegar todo esse dinheiro e fazer uma lipo. São fatalmente essas gordurinhas que prolongam o filme até o desnecessário e trazem consigo uma dose de cafonice que pega pelo lado ruim do clichê.


Pecar pelo excesso não precisa ser o fim do mundo. O Sabor do Dinheiro consegue manter o estilo mesmo quando começa a encher o saco. Se você já conhece o trabalho do diretor, especialmente A Empregada, vai adorar o filme. Já as pessoas que são novas para o trabalho de Im Sang Soo, ou cinema coreano em geral, essa é uma boa forma de começar.

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