segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Confissões de um Boy Magia

 

Com Magic Mike (EUA, 2012) Steve Soddenberg faz uma coisa que ele não fazia há muito tempo: um filme bom. É muito fácil descartar o projeto por se tratar de strippers homens (sinto muito) ou por ser de um diretor que não emplaca algo relevante desde os anos 80. Mas o que há aqui é um conto definitivamente arrojado e bem executado, que consegue ser divertido e ainda pegar as idiossincrasias do diretor, tornando-as boas.


Mike é um sujeito bacana, boa praça com o pequeno detalhe de que ele troca as botinas de nove às cinco por tangas em seu emprego noturno. O filme é como uma atualização de Boogie Nights, e não há nada de errado com isso. Ele traça um paralelo entre a nova estrela ascendente assim como o stripper que quer sair dessa vida. Por mais que o filme mantenha um foco nas apresentações dos gogo boys, que nem são incômodas ou de mau gosto, tem muito mais para se ver do que só elas. O delírio sexual das mulheres de Tampa ou a vida mundana desses dançarinos mostram que há tridimensionalidade na narrativa.


O diretor é a verdadeira estrela nesse palco chovendo notas de um. Ele ousou com a câmera, ousou com uma história arrojada, e ousou até botando seus sofríveis contornos nessa história. Felizmente, ele consegue se dosar decentemente para que o filme não fique chato ou caia naquele clichê de homem de meia idade. É tão bem equilibrado que até o romance entre o personagem título e a irmã consegue nos tocar em um ponto emocional. Ele conseguiu até com que Mathew Mconaghey ficasse bem em um filme.



Descartar Magic Mike por preconceito é fácil, mas por mais que o filme tenha bastante incentivo para as moças, também tem bastante coisa para os marmanjos. Sobretudo, o filme é a prova de que Sodenberg pode fazer alguma coisa acima da linha da mediocridade. Os atores estão trabalhando bem, e todo o filme está fazendo valer cada centavo dessa lapdance.

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