terça-feira, 9 de outubro de 2012

Monty Python Para Sempre


Em meio a eleições e mensalões, fui ao cinema assistir o filme Monty Python – A autobiografia de um mentiroso (A Liar's Autobiography - The Untrue Story of Monty Python's Graham Chapman, Reino Unido, 2011). O filme é uma animação que mostra a história de Graham Chapman, o único dos Monty Python morto e, segundo seus companheiros, o melhor deles. Graham era um marginal. Era alcoólatra e homossexual, numa época em que ambas as coisas ainda não estavam tão na moda. Ele, sempre com seu inconfundível cachimbo, é um dos responsáveis pela fé que podemos ter na humanidade. É graças a ele que viver pode fazer algum sentido. Graças a sua inacreditável inteligência. Graças ao seu humor fora de série. Se, por acaso, você sentir dúvida depois de assistir algum jornal televisivo sangrento, lembre-se de Chapman. Lembre-se dos Monty Python. Lembre-se: Always Look On The Bright Side Of Life.



O filme não só é pautado na vida de Chapman. John Cleese, seu cúmplice desde o começo (e meu preferido do grupo), também tem um papel forte nessa história. Quando tudo parece perdido na vida de Chapman, Cleese está lá e estende um braço ao velho amigo. Em 1989, num encontro organizado pelos Monty Python para lamentar a morte de Graham, John Cleese faz um dos discursos mais emocionantes e geniais que já se teve notícia no mundo. Você pode acompanhar parte disso nos créditos do filme. Depois, quando as luzes acenderem, você terá suas energias renovadas e pode até continuar de bom humor para discutir as eleições deste ano.



Um dos pontos interessantes do longa, que vale a pena chamar atenção, é a forma como o documentário conseguiu não mergulhar cegamente no universo do Monty Python. Ao falar dos filmes, por exemplo, não tem qualquer clima de idolatria. Pelo contrario, vemos Chapman em sua pior fase com as bebidas nos sets de "Em Busca do Cálice Sagrado" (este que já vi ser considerado por listas não oficiais como o filme mais engraçado de todos os tempos). Corre a história, inclusive, de que Chapman quase não conseguiu fazer algumas cenas desse filme tal era seu estado. Em "A Vida de Brian" (o preferido de muitos), já o vemos curado, mas ainda assim decadente, com dificuldades em dublar, chorando por alguns dólares.



Portanto, se suas energias estiverem se esgotando, se você por algum minuto estiver cansado, lembre-se do filme sobre aquele-cara-dos-Monty-Python que está passando no Festival do Rio. Depois disso, talvez, um possível “equívoco” de um juiz federal de nome russo não te tire tanto do sério. Lembre-se: Always Look On The Bright Side Of Life.

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