
Escrito e dirigido por Dominga Sotomayor Castillo, De Quinta a Domingo (De Jueves a Domingo, Chile/Holanda, 2012) é um Road Movie um tanto claustrofóbico, mas de extrema sensibilidade. Se, por um lado, a qualidade técnica do filme parece limitada, por outro, seu realismo e fluidez são preciosos.
O longa nos infiltra descaradamente em uma família clássica, logo no momento em que eles juntam as tralhas e partem para uma aguardada viagem de quatro dias num carro velho. Não nos sentimos tão íntimos do casal Ana e Fernando, mas privilegiados por observar sua intimidade (no sentido limpo) bem de perto. Já os filhos, Lucía e Manuel, aproximam-se do público bem rápido. Os rostos dos pais são comumente velados e sua presença é superior. Ou seja, somos induzidos a acompanhar toda a história pela ótica das crianças, principalmente de menina, que realmente vive e protagoniza o filme.
Seguimos apertados entre os bancos do carro durante a quase entediante viagem, com sábias pausas para esticar as pernas. Não demora para entendermos que a relação dos pais não vai nada bem e que estes lutam tolamente para manter as aparências às crianças. Trata-se de uma história reta, rígida, mas com uma abordagem serena. Um drama suave. O trabalho ganha muito por seu realismo frio, produzindo a sensação de sermos uma mosquinha na vida de algum vizinho. Se ninguém quer falar, os vemos quietos. Se ninguém liga o rádio, não temos trilha sonora. Até mesmo as precariedades técnicas somam à essa ideia. As atuações, muito boas, complementam a força do longa.
A lentidão do filme pode incomodar um espectador mais ativo. Qualquer movimento de câmera é raríssimo e, quando ocorre, é de maneira truncada. Com quadros fixos, cada posicionamento dos atores é bem estudado, algo que não realça. Muitas vezes a diretora nos deixa parados, apenas observando os personagens se distanciarem. Estas cenas de movimento limitado causam algum desconforto. Mas, não se engane. Até nos momentos chatos, somos totalmente envoltos pela história. Nos sentimos parte do que estamos assistindo e vivemos com os personagens.
O longa nos infiltra descaradamente em uma família clássica, logo no momento em que eles juntam as tralhas e partem para uma aguardada viagem de quatro dias num carro velho. Não nos sentimos tão íntimos do casal Ana e Fernando, mas privilegiados por observar sua intimidade (no sentido limpo) bem de perto. Já os filhos, Lucía e Manuel, aproximam-se do público bem rápido. Os rostos dos pais são comumente velados e sua presença é superior. Ou seja, somos induzidos a acompanhar toda a história pela ótica das crianças, principalmente de menina, que realmente vive e protagoniza o filme.
Seguimos apertados entre os bancos do carro durante a quase entediante viagem, com sábias pausas para esticar as pernas. Não demora para entendermos que a relação dos pais não vai nada bem e que estes lutam tolamente para manter as aparências às crianças. Trata-se de uma história reta, rígida, mas com uma abordagem serena. Um drama suave. O trabalho ganha muito por seu realismo frio, produzindo a sensação de sermos uma mosquinha na vida de algum vizinho. Se ninguém quer falar, os vemos quietos. Se ninguém liga o rádio, não temos trilha sonora. Até mesmo as precariedades técnicas somam à essa ideia. As atuações, muito boas, complementam a força do longa.
A lentidão do filme pode incomodar um espectador mais ativo. Qualquer movimento de câmera é raríssimo e, quando ocorre, é de maneira truncada. Com quadros fixos, cada posicionamento dos atores é bem estudado, algo que não realça. Muitas vezes a diretora nos deixa parados, apenas observando os personagens se distanciarem. Estas cenas de movimento limitado causam algum desconforto. Mas, não se engane. Até nos momentos chatos, somos totalmente envoltos pela história. Nos sentimos parte do que estamos assistindo e vivemos com os personagens.
