quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A Verdade por Trás da Verdade


Wikileaks: Segredos e Mentiras ("True Stories - Wikileaks: Secrets & Lies", Reino Unido, 2011) trata do maior vazamento de dados confidenciais da história pela visão de quase todas as peças do jogo. Julian Assange, fundador do WikiLeaks, revela os detalhes sobre sua colaboração com os jornais The Guardian e New York Times no processo de divulgação dos escândalos. Buscando depoimentos de figuras importantes, o documentário também constrói um mosaico sobre o ícone que se tornou Julian Assange e sua atual perseguição.



"Homem morto não vaza." Essa frase ecoa quando pronunciada no filme por uma autoridade estado-unidense e revela um dos conflitos do protagonista dessa história. Comprometido com a verdade, Julian Assange luta por um mundo sem segredos. Através de um soldado americano, Assange tem acesso a um grande número de dados confidenciais do governo dos Estados Unidos sobre erros cometidos nas atuais guerras do Oriente Médio e relações diplomáticas. A reação é quase instantânea, o criador do WikiLeaks é procurado pela governo americano e uma misteriosa acusação de estupro surge na Suécia. Assange nega e diz que é invenção de seus inimigos. Será invenção? O dilema é claro: um homem comprometido com a verdade nua e crua também tem seus segredos e suas mentiras.


O documentário aborda o tema com uma estrutura simples, similar aos programas do History Channel ou casos policiais. Dividido em três partes, é de fácil entendimento do público a evolução das situações e suas "resoluções". Apesar do interessantíssimo conteúdo, a forma não agrada. Utilizando-se de uma trilha sonora de conspiração e um formato bem televisivo, o documentário cria uma visão um pouco tendenciosa do tema. Julian Assange é visto quase como um deus corrupto. O criador do WikiLeaks quis censurar a exibição do filme no Festival de Cinema South by Southwest acusando-o de difamatório, injusto e invasão de privacidade. Uma ação minimamente curiosa. Outro grande problema do documentário é já estar ultrapassado. O filme é de 2011 e a situação já se desenvolveu muito mais, assim, nos dando uma visão parcial desse cenário. Tendencioso ou não, o documentário está cercado de polêmicas e teorias da conspiração. Se os detalhes desse acontecimento, que com certeza já entrou pra história, são de seu interesse, assista ao filme e fique intrigado.

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