Ao contar a história dos veteranos da Guerra do Iraque, o documentário A Alma Sangra ("On the bridge", EUA, 2012) critica a maneira com que as Forças Armadas americanas tratam os ex-soldados depois de retornam do combate. Apesar do título em português ter ficado (extremamente) brega, o diretor Olivier Morel consegue alcançar seus objetivos e fazer um filme de boa pegada política. Mas, no fim, parece que ainda falta alguma coisa.
O roteiro do filme é bem construído e os bons personagens conseguem emocionar bastante o espectador. Aliás, ver alguém falar abertamente sobre como pensou em se suicidar só não emociona os corações de pedra. Além disso, a crítica do filme à política americana no Iraque é muito bem trabalhada, sem tornar-se forçada ou piegas. Até a trilha sonora, composta por músicas escritas e cantadas pelos próprios soldados, funciona bem na película.
No entanto, o assunto merecia algo mais. Talvez o maior problema do documentário seja a sua montagem. Planos parados longuíssimo que não têm uma razão aparente; falas dos personagens igualmente longas, como se o diretor tivesse ficado com preguiça de cortar; e alguns trechos que pareciam "forçados" demais.
É uma pena porque o filme realmente tinha potencial. A Alma Sangra (o título ainda me dá nos nervos) tem suas qualidades, mas, no fim das contas, o que prevalece é a sensação de que simplesmente podia ter sido melhor.
